Cadernos do IUM N.º 9 - A Campanha Militar Terrestre no Teatro de Operações de Angola. Estudo da Aplicação da Força por Função de Combate

Editorial

Na “Análise da Campanha Militar no Teatro de Operações de Angola do ponto de vista das Forças Terrestres” pretendeu-se explorar uma nova abordagem aos Trabalhos de Investigação realizados pelos alunos do CPOS A/S. Em anos transatos, os trabalhos tinham versado diversos assuntos de interesse para o Exército, mas nunca foram realizados de forma a poderem ser integrados num único tema genérico, que pudesse ser dividido em partes a agrupar numa publicação futura. É pertinente colocar a questão: Porquê estudar a Guerra de África em Angola, entre 1961 e 1974? Basicamente, este tema parece, pelo menos numa primeira análise, suficientemente debatido para que uma investigação, pejada dos inconvenientes que acarreta estar inserida num Curso exigente e com limite temporal curto, possa acrescentar conhecimento. 
[…]
A presente obra, refletindo o estudo da Campanha Militar segundo a aplicação do potencial de combate, através do estudo das funções de combate, está organizada em sete secções. 
[…]
Ao leitor deixamos o espírito crítico para a obra, esperando, no mínimo, despertar o interesse por continuar o estudo nesta área, seja em relação aos restantes TO, seja aprofundando a Campanha Militar em Angola. Espera-se ainda com esta obra, não só, como já referido, contribuir para o conhecimento, mas também prestar um tributo a todo o esforço de uma nação em armas, já que foram realmente muito diminutas as famílias de toda uma sociedade que não contribuíram com pelo menos um dos seus membros para a Guerra de África, de 1961 a 1974.

Artigos

Teatro de Operações de Angola. Caracterização do Ambiente Operacional entre 1961-1974

Resumo

Este trabalho enquadra-se no contexto do estudo da história militar contemporânea portuguesa, nomeadamente as campanhas de África, e assume especial relevância porque permite compreender os condicionalismos à condução desse combate de baixa intensidade, durante 13 anos, e como foram superadas as dificuldades geográficas e os limitados recursos. 
A investigação tem por finalidade estudar a informação existente à luz do novo processo operacional, focando-se na forma como as Forças Terrestres usaram as funções de combate para atingir os seus objetivos militares. Esta abordagem, pretende fornecer um contributo diferente sobre a forma como o Exército respondeu aos desafios estratégicos definidos pelo poder político para a defesa dos territórios africanos.

Palavras-chave

História Militar, campanhas de África, Teatro de Operações, Ambiente Operacional, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Adolfo Henrique de Assis Ferreira dos Reis
Avatar Jorge Miguel de Almeida Nobre Marques
Avatar Pedro Barroco Marques Mano
Avatar Pedro Miguel Russo de Carvalho Dias
 234 | 132
Função de Combate Comando-Missão. Estruturas de Comando e Controlo e Operações de Informação

Resumo

Neste enquadramento, o presente trabalho tem como tema principal o Comando-Missão na Campanha Militar no Teatro de Operações (TO) de Angola, durante os anos de 1961 a 1974. 
No âmbito do tema genérico “Análise da Campanha Militar no Teatro de Operações de Angola do ponto de vista das Forças Terrestres”, investigou-se a aplicação da função de combate Comando-Missão, definida como "um conjunto de tarefas e sistemas que desenvolvem, e integram, as atividades que permitem ao Comandante equilibrar a arte do Comando e a ciência do Controlo, de forma a integrar as restantes funções de combate" (Estado-Maior do Exército, 2012). 
A importância deste trabalho de investigação consiste em confirmar o Comando e Controlo da Campanha Militar no TO de Angola, à luz do atual conceito doutrinário do Comando-Missão. Apesar de ser um conceito vasto, a sua análise contribuiu para um conhecimento mais alargado dos conceitos inerentes à função de combate, através da constatação de como foram empregues, adaptados e empregues na condução das operações, verificando-se assim a sua aplicabilidade neste TO. 

Palavras-chave

Função de Combate Comando-Missão, Estruturas de Comando e Controlo, Operações de Informação, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Antero de Aguiar Marques Teixeira
Avatar Carlos Miguel Clemente Narciso
Avatar João Miguel Nunes Lobão Dias Afonso
Avatar Marco Paulo Moreira dos Santos
 198 | 98
Função de Combate Comando-Missão. A Ação Psicológica e os Assuntos Civis

Resumo

A Ação Psicológica e os Assuntos Civis no âmbito da função de combate Comando-Missão na campanha militar do Teatro de Operações de Angola (1961-1974), reveste-se de relevante importância, pelo facto de permitir estabelecer um paralelismo no modo como as Forças Terrestres (FT) empregaram a Ação Psicológica (APsic) e os Assuntos Civis (AssCiv) naquela época, comparando com a condução dos conflitos na atualidade.
[…]
Posto isto, pretende-se com este estudo destacar a forma como as FT, inicialmente preparadas para poderem atuar em conflitos segundo uma doutrina convencional, viram-se obrigadas a desenvolver doutrina e técnicas de combate para atuar em ambiente subversivo. Aqui o emprego da APsic e dos AssCiv assume um papel determinante no cumprimento da missão.

Palavras-chave

Função de Combate Comando-Missão, Ação Psicológica, Assuntos Civis, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Raquel Sofia Moreira Tomé
Avatar Ricardo Filipe Almendra Lopes
Avatar Rui Miguel Braz Eusébio
 201 | 104
Função de Combate Movimento e Manobra. Evolução do Conceito de Emprego das Forças - Movimentos Táticos e Manobra

Resumo

Entre 1961 e 1974, as Forças Armadas (FFAA) Portuguesas estiveram envolvidas em operações, de forma simultânea, em três Teatros de Operações (TO), nomeadamente em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Tal situação constitui-se como um interessante caso de estudo, atendendo à dimensão nacional versus a dimensão, localização dos TO e duração do conflito, sendo por isso importante analisar a capacidade de condução e sustentação da guerra em tais condições. 
Assim, este Trabalho de Investigação de Grupo (TIG) tem como objeto de estudo a função de combate movimento e manobra na campanha militar do TO de Angola entre 1961 e 1974, procurando obter uma perspetiva mais clara, concisa e precisa da doutrina utilizada, da forma como as forças foram empregues, de qual o seu dispositivo e também de algumas tarefas específicas realizadas no âmbito do movimento e manobra.

Palavras-chave

Função de Combate Movimento e Manobra, Teatro de Operações, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Eduardo Jorge Mirandela da Costa Vieira
Avatar José Martins Borges
Avatar Ricardo João Neto Pereira
Avatar Sónia Liliana Mancilha Valente Baldaia
 99 | 99
Função de Combate Informações. Estrutura e Articulação das Informações

Resumo

A investigação em causa foca-se na forma como as Forças Terrestres usaram as informações para atingir os seus objetivos militares. Estabeleceram-se como objetivos específicos a análise de como estavam plasmados na doutrina da época as atuais atividades e sistemas da função de combate Informações, a análise da organização e fluxos do sistema de informações e os ajustamentos que foram sendo introduzidos com o decorrer da guerra, a articulação entre as Informações Estratégicas e Táticas, bem como a contribuição que a Africanização proporcionou ao sistema de informações. Nesta área do conhecimento, já outros autores investigaram e escreveram, existindo um considerável número de relatos, pretendendo-se condensá-los neste trabalho, e se possível alargar o contributo já existente. 

Palavras-chave

Função de Combate, Informações, Guerra subversiva, Teatro de Operações, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar António José Rodrigues Monteiro
Avatar João Carlos Lopes Polho
Avatar Jorge Emanuel Ferreira Louro
Avatar Milton Jacinto Pais
 100 | 100
Função de Combate Fogos. Organização e Emprego da Artilharia de Campanha

Resumo

Neste capítulo pretende-se identificar a DOM da Artilharia de Campanha no início do conflito e no período em análise. Para tal, iremos analisar, à luz da doutrina vigente, as missões que a AC pode desempenhar, as suas responsabilidades bem como os tipos de ações que pode desenvolver. De seguida, abordaremos a organização das unidades no TO, a sua distribuição geográfica e os meios disponíveis para o cumprimento da missão.

Palavras-chave

Função de Combate Fogos, Artilharia de Campanha, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Carlos Alberto Pires Ferreira de Souto e Castro
Avatar Nuno Manuel Gonçalves Casteleiro de Goes
Avatar Paulo Alexandre Martins Cardoso Soares
Avatar Ricardo Jorge Parcelas Araújo e Silva
 90 | 90
Função de Combate Proteção. Tarefas e Forças Envolvidas no Âmbito da Proteção

Resumo

A primeira publicação do Estado-Maior do Exército (EME), que definiu uma doutrina para a Campanha Militar em Angola, foi o “Guia para o Emprego Tático das Pequenas Unidades da Contraguerrilha”, de 1961. Elaborada com base nos ensinamentos dos países que apoiaram Portugal na adaptação da doutrina, definia a guerra subversiva como uma “guerra conduzida no interior de um território, por uma parte dos seus habitantes, apoiada ou não do exterior, contra as autoridades de direito ou de facto estabelecidas nesse território ou, no mínimo, de paralisarem a sua ação”. 
Com base nos ensinamentos colhidos durante os dois primeiros anos na campanha no norte de Angola, em 1963, surge a publicação do EME “O Exército na Guerra Subversiva”, que substituiu o “Guia para o Emprego Tático das Pequenas Unidades da Contraguerrilha”, de 1961, sofrendo uma última atualização em 1966 (O Exército na Guerra Subversiva, Volume I, 1963, p. XIII). 
Através da pesquisa realizada, foi verificado que no que respeita à Proteção, a mesma está presente na doutrina que acompanha o período da Campanha Militar em Angola, mas dispersa pelos vários volumes e capítulos das publicações existentes, não sendo abordada de forma conceptual, mas sim como um conjunto de medidas de segurança a tomar pouco abrangentes, como se poderá verificar no desenvolvimento deste trabalho. 

Palavras-chave

Função de Combate Proteção, Tarefas, Forças, Proteção, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Carlos Fernando da C. Bica Lopes de Almeida
Avatar Dinis Mendes Faustino
Avatar José Manuel Costa da Silva Barradas
Avatar Pedro José da Silva Pereira Pinho
 87 | 87
Função de Combate Apoio de Serviços. Reabastecimento, Manutenção e Apoio Pessoal

Resumo

A distância que separava Lisboa do TO foi a principal dificuldade que o apoio logístico enfrentou, a par com a vastidão territorial e as características do TO que contribuíam ainda mais para complicar o ApSvc. Para responder às necessidades operacionais criou-se uma base logística em Luanda, devido à abundância de recursos locais, aos desenvolvidos portos, aeroporto e infraestruturas rodoviárias. 
No que diz respeito à função logística Manutenção, nomeadamente como era efetuada a manutenção de unidade e intermédia, destacaram-se os reforços, atribuídos às unidades escalão companhia (UEC), com capacidade de manutenção superior à que doutrinariamente lhes é conferida, de modo a contribuir mais eficazmente para o cumprimento das missões das unidades de manobra. Foi ainda analisado o esforço de reparação no local da avaria, estando os órgãos de manutenção adequados o mais à frente possível. 
O ApPess foi analisado segundo as funções específicas: efetivos, pessoal militar e moral e serviços de pessoal. No início da campanha militar, as Forças Armadas Portuguesas em Angola, contavam com cerca de 6500 militares, visto os compromissos de Portugal serem, na altura, com a NATO e a maioria das suas forças concentrava-se na Europa. Por sua vez, no final de 1961, cerca de 28000 militares tinham sido deslocados para Angola, sendo o TO que mais efetivos exigiu. Os recursos humanos esgotaram-se praticamente em Portugal e o país viu-se obrigado a recrutar localmente com uma maior incidência, a partir de 1968.

Palavras-chave

Função de Combate Apoio de Serviços. Reabastecimento, Manutenção, Apoio Pessoal, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar André Manuel Nunes Ribeiro
Avatar Hugo Ricardo Miranda Leitão
Avatar João Pedro Coixão dos Reis Bento
Avatar Nuno Miguel Lopes da Silva
 96 | 96
Função de Combate Apoio de Serviços. Transporte, Apoio Sanitário e Infraestruturas

Resumo

No TO em análise, em 1961 existiam 110 companhias, maioritariamente na Zona de Intervenção Norte (ZIN), inicialmente no esforço, e na Zona de Intervenção Leste (ZIL). Em meados de 1966, houve um aumento de forças para 155 companhias, o que representou um aumento de 40% e já no final do conflito (1974), existiam 182 companhias sendo nesta altura o esforço no leste (Afonso e Gomes, 2000, p. 151). 
Este incremento no TO de forças de combate levou a um esforço e uma dinâmica logística com a finalidade de sustentar a manobra das operações. 
No contexto do ApSvc e relativamente à função de logística transportes, esta encerra em si a função transportes e o conceito de serviço de transportes (EME, 1963, pp. II.14, III.32), as quais, após analisadas estão diretamente relacionadas com o conceito atual da função logística movimentos e transporte, englobando por isso as “infraestruturas, instalações, organizações e equipamento necessário à projeção, incluindo as operações de receção, estacionamento, movimento e integração, sustentação e retração de forças”, as quais estão previstas na doutrina atual (CID, 2013, p. 7.2). Aos Transportes estão associados três níveis de mobilidade: o nível estratégico, o nível operacional e o nível tático (CID, 2013, p. 7.2). 
Na atualidade o Apoio Sanitário (ApSan) é uma função logística que engloba um “conjunto de atividades de caráter sanitário que têm por finalidade o aprontamento, a preservação dos efetivos e a recuperação dos indisponíveis” (CID, 2013, p. 5.2). Na época essas responsabilidades estavam atribuídas à função logística denominada evacuação e hospitalização e aos órgãos de execução do Serviço de Saúde. 

Palavras-chave

Função de Combate Apoio de Serviços. Transporte, Apoio Sanitário, Infraestruturas, Teatro de Operações, Angola.

Autor(es) (*)

Avatar Elisabete Maria Rodrigues da Silva
Avatar Emanuel Alves de Sousa
Avatar Josias de Maia e Silva
Avatar Nuno Miguel Rosário de Almeida
Avatar Tiago Miguel Marques Vilela da Costa
 100 | 100

(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.