Internacionalização / ERASMUS

Política do Instituto Universitário Militar para a Internacionalização / ERASMUS

A política de Internacionalização do Instituto Universitário Militar (IUM) abrange a cooperação e o intercâmbio cultural, científico, pedagógico e técnico com instituições congéneres estrangeiras, com especial aproximação aos países de língua oficial portuguesa, aos países europeus e aos países aliados. A internacionalização desenvolve-se à custa de parcerias estratégicas de âmbito cultural, científico, pedagógico e técnico com instituições congéneres estrangeiras, com especial destaque para o ensino superior militar e policial. É objetivo do IUM desenvolver relações estratégicas de modo a dinamizar, aprofundar e diversificar a cooperação com outros estabelecimentos de ensino superior, militares e civis, internacionais, estabelecendo parcerias no âmbito do ensino e da investigação, em particular em áreas em que possuímos conhecimento único e privilegiado, contribuindo para a aproximação entre os povos e as instituições.

A estratégia de Internacionalização do IUM passa por cinco Linhas de Ação (LA).

LA 1. Mobilidade de Alunos - Fomentar parcerias com escolas internacionais de forma a que militares dos três ramos das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana possam ter uma maior oferta formativa. Para além da oferta formativa existente no IUM implementar o ensino em língua inglesa com vista à captação de alunos internacionais.

LA 2. Mobilidade de Professores - Continuar a proporcionar aos seus professores a maior exposição às diversas culturas. A estratégia atual passa por desenvolver parcerias com instituições congéneres de países amigos e aliados. Esta mobilidade de professores permite de igual modo aumentar a visibilidade e a projeção do IUM como um centro de ensino de excelência.

LA 3. Parcerias internacionais na Investigação - Participar em programas de investigação e outros de interesse para o IUM, em parceria com instituições estrangeiras conceituadas, promovendo também a mobilidade de docentes e discentes.

LA 4. Afirmação internacional - Participar e promover atividades, enquanto membro efetivo da International Society of Military Sciences, potenciando a visibilidade e afirmação internacional do IUM entre as instituições congéneres estrangeiras.

LA 5. Cooperação Técnico Militar - Continuar a Cooperação no Domínio da Defesa com os países amigos numa perspetiva de valorização académica do ensino e da investigação, incrementando o ensino pela entidade apoiada, afirmando o papel do IUM na assessoria de acompanhamento e supervisão, e potenciando o papel do IUM enquanto entidade tutelar de processos de obtenção de créditos para graus académicos reconhecidos na União Europeia.

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Protocolos

No âmbito nacional e com vista ao intercâmbio de docentes e à obtenção, pelo nosso corpo discente, de créditos que lhes permitem assegurar graus académicos, o IUM estabeleceu protocolos com:

  • Universidade Nova de Lisboa;
  • Universidade Autónoma de Lisboa;
  • Universidade Católica Portuguesa;
  • Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas;
  • Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa;
  • Inspeção-geral de finanças;
  • Centro de Estudos do Conflito;
  • Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.

O IUM estabeleceu também acordos destinados, principalmente, à permuta de informação e ao desenvolvimento de atividades de investigação conjunta com:

  • Universidade Nova de Lisboa;
  • Universidade Autónoma de Lisboa;
  • Universidade Católica Portuguesa;
  • Universidade de Coimbra;
  • Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
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Exercícios

Combined Joint European Exercise (CJEX)

O Combined Joint European Exercise (CJEX) é um exercício multinacional que decorre em simultâneo nas escolas de estado-maior da Bélgica, Irlanda, Holanda, Portugal e Suécia e que se constitui como um elemento fundamental na preparação dos Oficiais Alunos que frequentam os Cursos de Estado-Maior Conjuntos (CEMC) destes cinco países, proporcionando-lhes a oportunidade de exercitar o Processo Planeamento de Operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) num ambiente multinacional.

A comunidade CJEX inclui dois círculos: o n.º 1 e o n.º 2. O círculo n.º 1 é constituído pela Alemanha, França, Espanha, Itália e Reino Unido. O círculo n.º 2 é constituído pela Bélgica, Holanda, Irlanda, Portugal e Suécia, sendo que a Holanda e a Bélgica apresentam uma organização conjunta.
Este exercício multinacional tem como propósito assegurar um período de formação num ambiente multinacional ao nível operacional, a fim de promover uma melhor compreensão dos desafios envolvidos no planeamento e coordenação de uma Operação de Resposta a Crises (CRO), tendo como objetivos:

  • Praticar o Processo de planeamento de operações da NATO através da Comprehensive Operations Planning Directive (COPD);
  • Melhorar as capacidades de trabalho conjuntas e multinacionais;
  • Melhorar o entendimento mútuo entre países da NATO e União Europeia (UE).

O programa do CJEX, inclui uma Parte Comum e um Programa Flexível. A Parte Comum é executada do mesmo modo, por todos os participantes e em todas as instituições de ensino, constituindo a principal via para a obtenção dos objetivos do CJEX. Esta Parte Comum, traduz-se num exercício de planeamento de uma CRO, incluindo os brífingues e discussões associados. O Programa Flexível, incorpora também uma apresentação efetuada pelos alunos sobre as Forças Armadas de cada um dos países intervenientes e quais os processos de mudança a estas associados. Inclui ainda um programa social e cultural, num dia a estabelecer por cada uma das Escolas, com o intuito de dar a conhecer o património sociocultural de cada país.

No Instituto Universitário Militar, o planeamento e a condução do CJEX é da responsabilidade da Área de Ensino de Operações Militares. 

 

Exercício Joint Mindset

O Instituto Universitário Militar realiza o exercício JOINT MINDSET (JMS), no âmbito das atividades letivas do Curso de Estado-Maior Conjunto (CEMC) sob a responsabilidade da Área de Ensino de Operações Militares (AEOM). Este exercício conta com a participação dos discentes do CEMC e ainda, com a colaboração do Instituto Diplomático (IDi) do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR), numa parceria que permite promover o conhecimento mútuo e interação dos níveis político e militar na gestão de crises, bem como no domínio da interação entre relações públicas civis e militares.

O Exercício JMS enquadra-se nas Unidades Curriculares de Planeamento de Operações e Arte Operacional (POAO) e de Gestão Operacional (GO) do CEMC, tendo como objetivos:

  • Treinar a assessoria militar aos elementos do poder político; 
  • Treinar o planeamento de operações aos níveis estratégico-militar e operacional;
  • Executar a gestão operacional de uma operação;
  • Praticar o contacto com os órgãos de comunicação social, no planeamento de uma operação de resposta a crises.

O exercício tem por base do Processo de Planeamento de Operações (OPP) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) preconizado no NATO Crises Response Process (NCRP) e na Comprehensive Operations Planning Directive (COPD), tendo decorrido ao longo de cinco fases distintas:

Fase I – Nível Político:

  • Os discentes do CEMC apoiam o nível político, materializado pelos representantes do IDi, nas negociações ao nível de Embaixador do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com os atores envolvidos;
  • O produto no final  desta fase é a elaboração de uma Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas com vista a uma intervenção militar na área em conflito.

Fase II – Planeamento Estratégico Militar:

  • Esta fase corresponde à Fase 3 (Opções de Resposta Militar) do nível estratégico e à Fase 2 (Avaliação Operacional do Ambiente Estratégico) do nível operacional, preconizadas no OPP da NATO;
  • Os discentes do CEMC constituem dois Crisis and Operations Planning Group (COPG) e desenvolvem as Opções de Resposta Militar (MRO) e para cada uma dessas, efetuam o respetivo Operational Advice, para posterior apresentação das MRO ao nível político, em que os representantes do IDi materializaram a “cúpula” do North Atlantic Council (NAC), para subsequente aprovação por parte deste órgão político.

Fase III – Planeamento de Operações:

  • Esta fase corresponde às Fases 3a (Análise da Missão) e 3b (Desenvolvimento das Modalidades de Ação) do nível operacional, de acordo com o OPP da NATO;
  • Os discentes do CEMC constituem vários Joint Operations Planning Group (JOPG) e efetuam a análise de missão, desenvolvem as modalidades de ação e conduzem o Jogo da Guerra. No final da Fase 3a conduzem o Brífingue da Análise da Missão e na Fase 3b o Brífingue de Decisão das Modalidades de Ação.

Fase IV – Gestão Operacional:

  • Esta fase corresponde à Fase 5 (Execução) do nível operacional, preconizada no OPP da NATO;
  • Os discentes do CEMC face ao lançamento de um “incidente” efetuam a coordenação e sincronização da campanha através da condução do Intelligence Coordination Working Group (ICWG) e Joint Coordination Working Group (JCWG). Para tal, efetuam um Situational Awareness Brífingue (SAB) diário e conduzem reuniões de trabalho no âmbito destes dois working groups (WG), propondo uma solução para o problema, apresentado posteriormente no âmbito do Joint Coordination Board (JCB);
  • No final desta fase os Discentes preparam e conduzem uma conferência de imprensa, contando para tal com o apoio de jornalistas do CENJOR.

Fase V – Avaliação:

  • No final do Exercício JMS é efetuado o Post Exercise Discussion (PXD) com a finalidade de identificar lacunas e/ou lições identificadas e eventuais necessidades de correção que conduzam à melhoria futura do planeamento e execução deste exercício.

 

O cenário do exercício é baseado numa situação fictícia, sem carga política real. A situação criada insere-se numa área regional de grande heterogeneidade e diversidade, caracterizada nas últimas décadas por uma grande instabilidade política, económica e social. Assim, a Comunidade Internacional decide intervir e, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU), é alcançado um acordo de paz. É então solicitado o apoio da NATO para liderar uma Operação de Apoio à Paz e o Supreme Allied Commander Europe (SACEUR) decide empregar uma Combined Joint Task Force (CJTF). A missão é a de garantir o cumprimento dos termos do mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas e assegurar um ambiente estável num território fictício.

Os discentes que frequentam o CEMC constituem o estado-maior da CJTF, articulando meios das componentes Naval, Terrestre, Aérea e de Operações Especiais integradas na CJTF, no sentido de impor a paz no território, sob legitimação de um mandato das Nações Unidas.

O IUM conduz este exercício desde 2007, onde centenas de oficiais superiores, na qualidade de discentes do CEMC, exercitam a sua capacidade de planear operações em termos conjuntos, ao nível estratégico e operacional. Nos últimos anos, o IDi também tem participado no sentido de garantir a coordenação entre os níveis político e militar, assim como o CENJOR, no sentido de os discentes praticarem o contato com os órgãos de comunicação social.

O exercício JMS proporciona a oportunidade de exercitar o planeamento de operações conjuntas num ambiente multinacional, constituindo-se desse modo como um pilar fundamental para a preparação dos discentes que frequentam o CEMC, tendo em linha de conta a finalidade do próprio curso que visa “[…] qualificar oficiais superiores das Forças Armadas para o desempenho de funções ao nível operacional e estratégico, em estados-maiores conjuntos nacionais e internacionais, nas estruturas superiores das Forças Armadas e da Defesa Nacional, e em organizações nacionais e internacionais”.

 

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