Decorreu de 03Mar23 a 05Abr23 a atividade de treino coletivo JOINT MINDSET 23, à responsabilidade da Área de Ensino de Operações Militares (AEOM), em instalações do Instituto Universitário Militar (IUM). 
O cenário e contexto empregue assenta numa crise de índole étnica, política e económica na região de ALAMIR NORTHEAST (ANEQ). Nesta região, grupos secessionistas e revisionistas reclamam para si de forma violenta uma parte do território de SARUNIA, levando a uma grave degradação da estabilidade política e securitária neste país. Acresce que, com a crescente ingerência e influência por parte das entidades político-militares do país vizinho de CELEGO, bem como com o crescimento da intervenção de grupos terroristas, a situação securitária em toda a região se torna volátil e pode degenerar num conflito regional, onde o fluxo de deslocados e refugiados é já uma face visível da degradação em curso. A Organização das Nações Unidas (ONU), com forças já presentes em ANEQ, mandata através do seu Conselho de Segurança a necessidade de se planear uma operação, incluindo a constituição de uma Força Conjunta e Combinada à custa de Forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para restaurar a Paz e Segurança em SARUNIA.
A situação político-militar é completamente fictícia, sendo que os auditores do Curso de Estado-Maior Conjunto (CEMC) na sua edição de 2022/23, em observância ao seu Plano de Curso de  25Mai15 em vigor, realizaram esta atividade de treino coletivo para aplicar o Processo de Planeamento de Operações da OTAN (NATO Operations Planning Process- OPP) preconizado na terceira versão da Diretiva do Processo Abrangente de Planeamento de Operações (Comprehensive Operations Planning Process Directive- COPD) e para aplicar o Processo de Exercícios da OTAN (NATO Exercise Process- NEP) preconizado no documento de trabalho em vigor da Bi-SC 075-003 Diretiva de Treino Coletivo e Exercício (Collective Training And Exercise Directive). Para tal, constituídos em dois grupos de trabalho e com tutoria de docentes da AEOM, no âmbito das seguintes Unidades Curriculares:
• Planeamento de Operações e Arte Operacional (POAO)
o Ao nível político, com o apoio do Instituto Diplomático (IDI), receberam uma palestra sobre Negociação ministrada pelo Exmo. Sr. Embaixador Fernando d'Oliveira Neves e efetuaram a fase negocial, sob égide da ONU, entre contendores da crise em ANEQ, com a tutoria da Dra. Joana Gaspar;
o Ao nível estratégico, efetuaram as Opções de Resposta Militar (Military Response Options- MRO) mediante pedido do Comandante Supremo Aliado para a Europa, enquanto constituídos em Grupos Estratégicos de Planeamento de Operações (Strategic Operations Planning Groups- SOPG);
o Ao nível operacional, efetuaram a Aconselhamento Operacional (AO) sobre as MRO dos SOPG “adjacentes” e levaram a cabo as Fases 3a– Análise da Missão (Mission Analysis) e Fase 3b – Desenvolvimento das Modalidades de Ação [Course of Action (COA) Development] na sua totalidade.
• Gestão Operacional (GOp)
o Ao nível operacional e a partir do Desenho de Operações selecionado, enquanto elementos do Estado-Maior do Comando de Força Conjunta de Nápoles (Joint Force Command Naples- JFCNP) levaram a cabo os ciclos de ritmo da batalha na consecução da Fase 5- Execução (Execution), constituindo-se em Grupos de Trabalho (Work Groups) e Grupos de Tomada de Decisão (Boards) nas áreas específicas de Avaliação das Operações (Operations Assessment- OPSA) e Informações (Intelligence), para além da realização pontual de Briefing de Conhecimento Situacional (Situational Awareness Briefing- SAB) e Briefing de Atualização do Comandante (Commander´s Update Briefing- CUB), culminando num Grupo Conjunto de Coordenação para a Tomada de Decisão (Joint Coordination Board- JCB) para desenvolver uma Ordem Conjunta de Coordenação (Joint Coordination Order- JCO). Para tal, contaram com a presença de Peritos (Subject Matter Experts- SME) na área de OPSA, na pessoa do Cor Cav Almeida Loureiro e na área de Targeting/ Intel na pessoa do Cor Art Renato Assis.
• Planeamento e Conduta de Exercícios (PCE) 
o Desenvolver produtos enquanto planeadores membros de Grupo de Planeamento de Exercício (Exercise Planning Group- XPG) e Equipa Principal de Planeamento (Core Planning Team- CPT) e posteriormente, enquanto Audiência de Treino (Training Audience- TA) e membros do Centro do Controlo do Exercício (Exercise Control Centre- EXCEN).
o De ressalvar que o cenário e contexto do JOINT MINDSET 23 foi extraordinariamente empregue, sendo que normalmente se recorre ao REGRESSO.
Todos os 25 auditores do CEMC 2022/23, compreendendo militares nacionais dos ramos das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, bem como seis militares de Países Amigos e Aliados, nomeadamente do Brasil (Marinha e Exército), de Cabo Verde (Marinha), de Espanha (Exército e Guardia Civil) e de São Tomé e Príncipe (Exército), executaram o JOINT MINDSET 23.
O JOINT MINDSET é considerado central para que os auditores do CEMC consigam combinar e aplicar os vários conceitos inerentes às operações militares conjuntas e combinadas, com especial enfoque para o NATO OPP e maioritariamente com recurso ao idioma de trabalho inglês, na resolução de uma situação específica de crise, habilitando-os para o desempenho de funções de Estado-Maior, do nível Estratégico, com enfoque no nível Operacional até ao nível Tático, para assessoria e planeamento de Operações. Serve igualmente de base para a execução do exercício COMBINED JOINT EUROPEAN EXERCISE (CJEX).
De ressalvar que, ao longo dos últimos anos, a atualização do cenário tem envolvido a introdução de conteúdos que permitam planear operações incluindo os cinco domínios de operações (Marítimo, Terrestre, Aéreo, Ciberespaço e Espaço) e aplicando as forças do mecanismo de resposta rápida da OTAN (NATO Response Force- NRF), antecipando-se a adaptação no futuro imediato para forças que correspondam ao New NATO Force Model (NFM) em desenvolvimento. Futuramente, o JOINT MINDSET irá igualmente adaptar-se em termos de um novo cenário e contexto para um mais aproximado ao retorno do peer-to-peer competition, crescentemente centrado em Operações Multi-Domínio e com plena integração dos cinco domínios de operações.