Coleção Ares N.º 36 - A Edificação da Capacidade de Ciberdefesa Nacional: Contributos para a Definição de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço

Editorial

O presente número 36 da Coleção ARES, intitulado A edificação da capacidade de Ciberdefesa Nacional: Contributos para a definição de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço, decorre do trabalho de investigação individual realizado pelo autor no decurso do seu Curso de Promoção a Oficial General 2019-2020, um tema que se insere na área científica das Ciências Militares, reconhecidamente contemporâneo e de interesse transversal a toda a sociedade.
O ciberespaço e a internet, face às dinâmicas criadas e à sua contínua transformação, geram uma forte interdependência entre o mundo real e o ambiente virtual que os define. As novas ameaças, muitas vezes de natureza híbrida, são cada vez mais frequentes e complexas. Os ciberataques, pelas possibilidades oferecidas, produzem novos riscos, com significativo impacto na resiliência operacional das Forças Armadas e potencial para comprometer a Segurança e a Defesa Nacional. Por estes motivos, a criação de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço, e a edificação de uma capacidade credível de ciberdefesa, constitui um imperativo para as Forças Armadas Portuguesas.
Pelo referido, e tendo esta obra, agora levada à estampa, o objetivo de melhorar a eficiência dos processos associados à proteção dos sistemas de informação e comunicações e à garantia do cumprimento da missão das Forças Armadas, reforçando substantivamente a sua eficácia operacional em prol da ciberdefesa nacional, recomendo a sua leitura
 


IUM em Pedrouços, 04 de setembro de 2020

Tenente-general Manuel Fernando Rafael Martins
Comandante do IUM

Artigos

A Edificação da Capacidade de Ciberdefesa Nacional: Contributos para a Definição de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço

Resumo

Fruto da revolução digital, as modernas sociedades tornaram-se dependentes da internet e do ciberespaço, levantando novos riscos à Segurança e Defesa Nacional. De forma a cumprir a sua missão, as Forças Armadas já assumiram o ciberespaço como um novo domínio de operações, a par do mar, terra e ar. Propondo a definição de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço, alinhada com a Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço, este estudo analisa os desafios associados ao desenvolvimento da capacidade de ciberdefesa das Forças Armadas. Para esse efeito, utilizou-se um raciocínio hipotético-dedutivo, alicerçado numa estratégia de investigação qualitativa, no estudo de caso, na análise documental e nos dados recolhidos a partir de um questionário e de entrevistas realizadas a especialistas ligados à cibersegurança e ciberdefesa nacional. Dos resultados obtidos, concluiu-se que a dinamização da edificação da capacidade de ciberdefesa nacional, passa pela materialização de uma Estratégia Militar para o Ciberespaço, coerente, sinérgica e articulada nas suas dimensões operacional, estrutural e genética. Este processo de transformação, assente numa nova visão estratégica e num plano de desenvolvimento da capacidade de ciberdefesa, permitirá às Forças Armadas defender as suas redes contra ciberataques e realizar operações militares no ciberespaço, contribuindo desta forma para assegurar a ciberdefesa nacional.

Palavras-chave

Ciberespaço, Cibersegurança, Ciberdefesa, Estratégia Militar para o Ciberespaço, Desenvolvimento da capacidade de ciberdefesa nacional.

Autor(es) (*)

Avatar Paulo Fernando Viegas Nunes
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(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.