Editorial
A presente publicação resulta dos Trabalhos de Aplicação de Grupo efetuadas pelo Curso de Estado-Maior Conjunto (CEMC), durante o ano letivo 2019/2020, no âmbito da Unidade Curricular de Enquadramento Doutrinário das Operações Militares, da responsabilidade da Área de Ensino de Operações Militares. Pretendeu-se que os auditores efetuassem uma análise das operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO) no Afeganistão, entre 2001 e 2014, no contexto da International Security Assistance Force (ISAF) e sob o prisma do emprego das Funções Conjuntas nesta Operação. Assim, os temas desenvolvidos estão agrupados de acordo com as afinidades às seguintes áreas: manobra, Fogos, Comando e Controlo; Informações, Atividades de Informação, Sustentação, Proteção da Força, Cooperação Civil-Militar.
Artigos
Resumo
É efetuada uma análise transversal à funções conjuntas, materializada na forma como a comprehensive approach foi empregue no Afeganistão. Neste âmbito, o Afeganistão foi palco de uma das mudanças mais significativas na forma de planear e conduzir as operações militares. A necessidade de se efetuar uma abordagem holística a todas as fases do conflito, incluindo o apoio à reconstrução de uma estrutura de governação capaz, trouxe um novo paradigma à atuação das chefias militares. esta situação teve consequências nem sempre positivas, sendo de destacar o impacto na eficácia da conceção dos objetivos da ISAF, bem como a complexidade na implementação de um planeamento multidisciplinar com os diversos atores civis.
Palavras-chave
Comprehensive Approach, Afeganistão, ISAF.Autor(es) (*)
Alexis da Fonseca VicenteHélder Romeu Serra Oliveira
Resumo
O objeto de estudo deste trabalho centra-se na análise do processo de targeting conjunto na International Security Assistance Force (ISAF) no Afeganistão. Por targeting entende-se o processo de seleção, priorização de alvos e adequação da resposta às necessidades e capacidades operacionais (Ducheine, Schmitt, & Osinga, 2016, p. 79).
[…]
O targeting conjunto é desenvolvido ao nível estratégico e operacional, e consiste numa metodologia de apoio à decisão flexível e adaptável a qualquer tipo de operação, traduzindo eficaz e eficientemente, os objetivos do Joint Force Command (JFC) aos efeitos, através do processo adequado de priorização de alvos e de avaliação dos efeitos gerados, de acordo com as orientações do Supreme Allied Commander Europe (SACEUR), definidas pelo North Atlantic Coucil (NAC), Military Committee e Allied Command Operations (ACO).
Palavras-chave
Targeting Conjunto, ISAF, Afeganistão.Autor(es) (*)
Carlos Manuel Rodrigues CoelhoLuiz Eduardo Santos Cerávolo
Pedro da Silva Monteiro
Resumo
As funções conjuntas são consideradas pelos comandantes como essenciais para determinar as capacidades necessárias ao exercício da ação de comando (NATO, 2019, pp. 1-21).
Nesse sentido, as Informações (Intelligence - Intel) resultam do produto da aquisição orientada e do processamento de informação relativa a um ambiente operacional, e das capacidades e intenções dos atores, de modo a identificar ameaças e oportunidades a explorar pelos decisores, orientando todo o decurso das operações militares (NATO, 2016, pp. 1-4).
[…]
Este trabalho tem como objetivo, analisar o emprego da Intel na ISAF, abordando os seus principais fundamentos doutrinários e operacionais ao longo do período da Operação.
Palavras-chave
Informações, ISAF, Afeganistão.Autor(es) (*)
Pedro Miguel Dias RamosTiago Ramos da Graça Silva Nunes Páscoa
Resumo
A missão da International Security Assistance Force (ISAF) decorreu entre 2001 e 2014. A Doutrina estabelece que as funções conjuntas permitem ao Comandante da Força determinar quais as capacidades necessárias para a ação de comando (AJP-3.10, pp. 4-2). Neste conflito as Information Operations (Info Ops) foram uma das capacidades empregues. Podemos definir Info Ops como uma função que visa analisar o Ambiente das Informações, por forma a planear, sincronizar e avaliar as Atividades de Informação (AI) e criar os efeitos desejados, no conhecimento, vontade e capacidade dos adversários, inimigos e em público-alvo definidos pelo North Atlantic Council (NAC), em apoio dos objetivos da Aliança (Draft MC 0422/6, 2018).
[…]
Para além do emprego das Info Ops por parte da North Atlantic Traty Organization (NATO), irá também ser abordado o emprego das AI por parte dos Talibã (Tibor, 2013).
Palavras-chave
ISAF, Operações de Informação, Afeganistão.Autor(es) (*)
David Carpio SánchezLuís Miguel Zorreta Padilha Rosado
Paulo Roberto Pires Silveiro
Resumo
As atividades no âmbito das operações psicológicas (PSYOPS) tiveram início imediatamente após os ataques de 11 de setembro de 2001, logo no dia seguinte, sendo iniciada a análise das Audiências-Alvo (AA), no Afeganistão, que incluíam a população afegã, o Al Quaeda e o movimento Talibã (Briscoe, Kiper, Shroder, & Sepp, Weapon of Choice - U.S. Army Special Operations Forces in Afghanistan, 2003, p. 113).
Pretende-se com este paper analisar o emprego da Função Conjunta (FC) “Atividades de Informação”, na área das PSYOPS, no estudo de caso dedicado aos 13 anos de operações da North Atlantic Treaty Organization (NATO) no Afeganistão, através da ISAF, entre 2001 e 2014.
Palavras-chave
ISAF, Operações Psicológicas, Afeganistão.Autor(es) (*)
Carlos Eduardo Patronilho Rodrigues de QueirozJosé Manuel Costa da Silva Barradas
Resumo
Esta evolução, que não se pode considerar concluída, acabou por cristalizar no conceito de cooperação Civil-Militar (CIMIC), a qual procura, entre outros, dar resposta à complexidade que representa a interação entre civis e militares nos atuais conflitos. No que se refere à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a doutrina para a determinação programática dos principais básicos da colaboração civil-militar é relativamente recente e resulta, sobretudo, das operações conduzidas nos Balcãs nos anos 90 sob mandato da Organização das Nações Unidas, as quais colocaram a descoberto a extrema necessidade de harmonizar e densificar a cooperação entre as forças armadas e os atores civis para incrementar a coerência e efetividade das operações (Paul, 2009, p.7). (…)
Neste desiderato, o presente artigo, analisa o emprego da Função Conjunta CIMIC na International Security Assistance Force (ISAF), no AFG, no período de 2001 a 2014, no intuito de compreender de que forma foi empregue a função CIMIC na ISAF, e quais os contributos para a evolução doutrinária da função.
Palavras-chave
ISAF, CIMIC, Afeganistão.Autor(es) (*)
António Xavier Mendes Rocha Pereira CoutinhoOrlando Filipe Abelha de Garcia Pereira Libório
Resumo
O presente estudo pretende retratar como a Proteção da Força (Force Protection, FP) foi abordada no Teatro de Operações (TO) do Afeganistão, pela International Security Assistance Force (ISAF). O cenário deste TO é uma operação de contrainsurgência (COIN), que apresenta características distintas quando comparado com uma operação convencional.
Palavras-chave
ISAF, Proteção da Força, Afeganistão.Autor(es) (*)
Lídia de Jesus Janeiro MagalhãesSílvia Esmeralda Joanaz D'Assunção Dias
Resumo
O sucesso de uma operação militar de grande envergadura não pode ser dissociado do sucesso da operação logística que a suporta. O apoio logístico à missão da International Security Assistance Force (ISAF) no Afeganistão diferiu da forma como outras missões da North Atlantic Treaty Organization (NATO) foram apoiadas. As condicionantes do terreno do Afeganistão, pobre em infraestruturas de comunicação terrestre e sem costa marítima, a par com um cenário de missão de Contrainsurgência (COIN), tornaram díspares as condições iniciais, face às encontradas noutros Teatros de Operações (TO), como os dos Balcãs.
O objeto de estudo deste trabalho é a logística operacional durante a missão da ISAF no Afeganistão, procurando realçar os aspetos que tornam o apoio logístico em ambiente COIN um diferendo, relativamente a outros TO.
Palavras-chave
ISAF, Logística Operacional, Afeganistão.Autor(es) (*)
Júlio Alexandre Couto CarilhoTiago Filipe Abreu Moura Guedes
Resumo
A Operation Enduring Freedom (OEF) no Afeganistão começou em outubro de 2001 e foi inicialmente conduzida por uma coligação das forças armadas dos Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido, Austrália e Afeganistão (Aliança do Norte). (…)
A missão da ISAF era limitada e incluía não só promover segurança em Cabul, mas também em toda a sua região envolvente. Contudo, com a continuação do conflito no Afeganistão, mais nações e organizações não-governamentais (ONG) encetaram esforços de assistência no Afeganistão, fazendo com que a missão da ISAF fosse alargada. (…)
Nesta investigação, centrámo-nos em termos temporais no período 2009-2010, período em que a ISAF esteve sob o Comando do General Stanley McChrystal, que por sua vez, em simultâneo, era o Comandante da United States Force - Afghanistan (USFOR-A).
Palavras-chave
Comando e Controlo, Afeganistão, ISAF.Autor(es) (*)
Adriano José Sousa FortesAntónio Augusto da Silva Almeida
Resumo
Posteriormente, na campanha militar no Afeganistão, levada a cabo contra o terrorismo, a coligação International Security Assistance Force (ISAF) colocou em prática o conceito NNEC, através da implementação da designada Afghanistan Mission Network (AMN), rede esta que possibilitou a interligação das forças da coligação presentes no Teatro de Operações (TO) num mesmo domínio de informação. Em 2012, fruto das lições aprendidas e melhores práticas de implementação da AMN, a NATO desenvolveu um novo conceito designado de Federated Mission Networking (FMN), cuja implementação pretende garantir a partilha de informação de forma segura, mais efetiva e eficaz, desde o momento inicial de qualquer operação militar (ACT, 2014, pp. 6-26; NATO, 2012, pp. 7-14).
Com este trabalho pretende-se analisar o contributo da ISAF para a edificação da capacidade FMN.
Palavras-chave
ISAF, Federated Mission Networking, Afeganistão.Autor(es) (*)
Luís Manuel Coelho FernandesPedro Miguel Martins Grifo
Resumo
A ISAF, para muitos autores, como Morelli e Belkin (2011), revelou-se o grande teste operacional à NATO, concretamente quanto à capacidade de articulação e gestão militar num teatro de operações (TO) tão exigente como o “Cemitério dos Impérios”. Concorreu para este desiderato a necessidade de legitimidade e credibilidade da força, quer por exigência das nações que a compunham, quer pelas características endémicas do TO, onde o adversário Taliban se imiscuía na própria população (maioritariamente Pashtun), o que veio a exigir regras de empenhamento (ROE) que salvaguardassem a imagem da força e fossem conjugáveis com os limites definidos, a priori, pelos Estados participantes (Caveats).
O presente TAG centrar-se-á nessas ROE e Caveats, designadamente apresentando alguns exemplos dos mesmos e analisando alguns dos principais problemas e desafios que a ISAF enfrentou, decorrentes dos mesmos.
Palavras-chave
ISAF, Regras de Empenhamento, Afeganistão.Autor(es) (*)
António Pedro Batista Marcelino da SilvaHélio Gonçalves da Silva
Resumo
A componente naval associada à função de combate conjunta manobra, permite garantir às operações militares o controlo dos mares, a fim de alcançar a almejada superioridade na execução das atividades de combate no meio marítimo.
O presente trabalho apresenta o modo como a componente naval influenciou a manobra da International Security Assistance Force (ISAF) no Afeganistão, entre os anos de 2001 a 2014. Considerando o tema proposto a abordar, bem como, salientando que a North Atlantic Treaty Organization (NATO) não utilizou a componente naval no apoio à manobra, iremos abordar a componente naval nos Estados Unidos da América (EUA) na Operação Enduring Freedom (OEF), bem como a sua relação com a ISAF.
Palavras-chave
Poder marítimo, ISAF, Afeganistão, Operação Enduring Freedom.Autor(es) (*)
João Daniel Gaioso FernandesJosias de Maia e Silva
Resumo
O Joint Force Land Component Commander (JFLCC) é responsável pelo movimento operacional e manobra das forças terrestres necessárias para contribuir para o sucesso da campanha e dirige a força terrestre no desempenho de tarefas operacionais. O JFLCC planeia, controla e coordena o movimento e a manobra das forças terrestres para obter uma vantagem posicional ou um diferencial de mobilidade sobre o adversário. O objetivo da manobra operacional é geralmente obter a vantagem posicional sobre um centro de gravidade (CoG) adverso ou um ponto decisivo (U.S. Joint Chiefs of Staff, 2004, pp. IV-4).
[…]
A análise da função conjunta Manobra, será delimitada à Task Force 58 (TF 58) durante o início da Operation Enduring Freedom (OEF/ISAF), quando conquistou e ocupou Camp Rhino no Afeganistão, e a partir daí começou a desenvolver operações.
Palavras-chave
Combate Terrestre, ISAF, Task Force 58, Afeganistão.Autor(es) (*)
Luís Miguel Rodrigues GomesMafalda de Jesus Gomes de Almeida
Resumo
Este trabalho aborda a temática do emprego da componente aérea na Função Conjunta (FC) manobra. Na doutrina de referência da North Atlantic Treaty Organization (NATO) as funções conjuntas surgem no reconhecimento de que o sucesso militar depende de um esforço conjunto, geralmente com componentes e outros elementos de força reunidos sob uma estrutura de comando unificada. O ponto essencial para o sucesso, é garantir que as campanhas e operações conjuntas efetuam uma abordagem abrangente, para maximizar a eficácia global da força, o potencial de combate, que permitirá uma melhor utilização da gama completa de capacidades (NATO, 2017, pp. 4-1).
[…]
O estudo da componente aérea enquanto contributo para a manobra, no quadro das operações terrestres, torna-se pertinente para avaliar o seu impacto e lições aprendidas o estudo de caso da Operação Anaconda.
Palavras-chave
Poder aéreo, ISAF, Operação Anaconda, Afeganistão.Autor(es) (*)
José Alberto da Silva FernandesNelson Miguel Gonçalves Ferreira
Resumo
A NATO só assumiria em pleno a ISAF em agosto de 2003, passando a ser responsável pelo comando, coordenação e planeamento do emprego das forças (NATO, 2020). Ao longo dos 13 anos de missão, a ISAF foi palco da ascensão da componente de operações especiais na NATO, no contexto das atividades de contrainsurgência (COIN) e de adaptação a cenários ambíguos (NATO, 2020), levando a uma clara evolução doutrinária e organizacional neste contexto.
Assim, o objetivo deste trabalho será o de analisar a componente de operações especiais no seio da ISAF e verificar a aplicabilidade dos princípios doutrinários da NATO em matéria de emprego de Forças de Operações Especiais no Afeganistão.
Palavras-chave
ISAF, Operações Especiais, Afeganistão.Autor(es) (*)
Ana Patrícia Cardoso LopesLuís Filipe Marques dos Santos Conceição
Rodrigo Eloy dos Santos
Resumo
É difícil imaginar o Afeganistão, como país estável e sustentável, a desenvolver-se paulatinamente, sem um policiamento que represente a face legítima do governo. Se a paz é uma aspiração próxima do Afeganistão, então é vital que exista uma força policial que contribua para um harmonioso relacionamento entre o governo e o povo (Royle & Hing, 2017, p. 186).
Este trabalho, intitulado “As forças policiais de natureza militar na ISAF”, pretende apresentar o papel das polícias do tipo Gerdarmerie, neste Teatro de Operações (TO), e a sua contribuição na integração e apoio da função de combate manobra, bem como em ações de formação, monitorização e mentoria das forças de segurança afegãs.
Palavras-chave
Forças Policiais, ISAF, Afeganistão.Autor(es) (*)
Bruno Vicente de Barros Cardoso RibeiroFlávio de Jesus da Graça Lima
(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.