Cadernos do IUM N.º 15 - O DAESH. Dimensão Globalização, Diplomacia e Segurança. Atas do Seminário 24 de maio de 2016

Editorial

A presente obra resulta das reflexões e apresentação de resultados e perspetivas sobre o Daesh nas suas múltiplas dimensões efetuadas na Conferência Final da Pós-Graduação em Globalização Diplomacia e Segurança, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa.
A referida conferência assinalou o encerramento do 3º Curso de Pós-Graduação em Globalização, Diplomacia e Segurança, o qual resulta de uma aposta de três instituições, que se juntaram para criar uma oferta formativa inexistente em Portugal e para a qual as suas valências específicas se consideravam passíveis de trazer mais-valias. Falamos do Instituto Universitário Militar (IUM-Estado-Maior General das Forças Armadas), do Instituto Diplomático (IDi-Ministério dos Negócios Estrangeiros) e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH-UNL).

Artigos

O Daesh Enquanto Ameaça ao Sistema Político Internacional Vigente

Resumo

O terrorismo voltou a inscrever-se na primeira linha da agenda política nacional (e internacional) após o 11 de setembro de 2001. Entre meados da década de 80 e 2001, o terrorismo internacional constituiu sempre uma preocupação latente, mas remota do Estado português, sobretudo atento à possibilidade de a ETA, o IRA ou alguma organização fundamentalista islâmica se servirem do território nacional como base de apoio, recuo ou passagem na sua atividade.
[…]
Porém, pela sua gravidade sem precedentes – documentada pelo número de mortos e importância dos alvos atingidos –, os atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA suscitaram de imediato duas novas perguntas dirigidas a decisores políticos, a juristas, a políticos, a técnicos de investigação criminal e à “comunidade de informações”, à escala internacional: o que falhou, possibilitando o êxito dos atentados? Que medidas deverão ser adotadas para que eles não se repitam?

Palavras-chave

Daesh, Terrorismo, Sistema Político Internacional.

Autor(es) (*)

Avatar Rui Pereira
 230 | 68
A Influência da Globalização

Resumo

“No definition of terrorism can possibly cover all the varieties of terrorism that have appeared throughout history” (Laqueur, 2001, p. 7). O terrorismo não é uma tática recente e ao longo da História o termo foi usado para caracterizar os mais diversos atos criminosos de cariz político, social ou religioso. Simultaneamente, o conceito tem sofrido grandes alterações ao longo do tempo, sendo por isso complicado defini-lo. Não obstante Raymond Aron defende que o terrorismo pode ser definido como “a acção violenta cujos efeitos psicológicos são desproporcionais aos resultados puramente físicos.” (Aron, 2002, p. 242). Esta definição exalta uma das suas principais características: o terror psicológico. Independentemente da estratégia usada, esse é com efeito o objetivo final.

Palavras-chave

Terrorismo, Globalização.

Autor(es) (*)

Avatar Ana Campos
 234 | 70
Estratégia Genética

Resumo

O presente artigo abordará a Estratégia Genética utilizada pelo Daesh, de maneira a criar meios humanos para a sua sustentação e perpetuação, apesar desta não se estreitar somente a estes, mas também aos meios técnicos e materiais, dar-se-á enfoque ao recrutamento humano. Pois, somente através da geração dos meios necessários o Daesh, enquanto organização, conseguirá materializar os seus objetivos políticos.

Palavras-chave

Daesh, Terrorismo, Estratégia Genética, Recrutamento.

Autor(es) (*)

Avatar Jessica Piçarro
 217 | 60
Estratégia Operacional

Resumo

O Daesh é uma realidade conhecida, mas pouco compreendida dos nossos dias. Esta constatação é patente nas palavras do major-general Michael K. Nagata1 ao referir que “Não conseguimos derrotar a ideia [por trás do movimento]”, pois “Nem sequer conseguimos perceber a ideia” (Graeme, 2015). Certamente que seria mais fácil de compreender este movimento se o conseguíssemos associar a um modelo já conhecido e estudado. 
Ao longo deste artigo procuraremos demonstrar que é possível analisar a estratégia operacional do Daesh ao abrigo do modelo de guerra subversiva que serviu de base à doutrina militar portuguesa no período da guerra de África. Esta doutrina foi desenvolvida, tendo por base os conflitos da Indochina e da Argélia, no Instituto de Altos Estudos Militares, do qual o Instituto Universitário Militar é o legitimo herdeiro.

Palavras-chave

Daesh, Terrorismo, Estratégia Operacional.

Autor(es) (*)

Avatar Rui Jorge Roma Pais dos Santos
 236 | 67
A Comunicação Externa "Extreme Branding": a Construção da Marca Estado Islâmico

Resumo

Uma marca não é apenas um símbolo visual. É uma personalidade coletiva, construída por uma organização, de forma paciente e metódica, que pretende influenciar aquilo que as pessoas pensam sobre ela e sobre o mundo.
[…]
O Estado Islâmico (EI) construiu uma organização terrorista que quer transformar-se num Estado. Conquista território, estabelece órgãos de administração local, recruta novos “cidadãos”, cativando os mais jovens com a radicalização da sua mensagem e a sua cultura de vitórias.

Palavras-chave

Terrorismo, Estado Islâmico, Extreme Branding.

Autor(es) (*)

Avatar Ricardo Miranda
 207 | 61
Avaliação Prospetiva do Ambiente Estratégico. O Daesh e o Futuro Geopolítico do Médio Oriente

Resumo

A ideia central de Buzan e Weaver (1998)1 na abordagem ao conceito de Complexo Regional de Segurança (CRS), é a de que parte substancial dos processos de securitização e dessecuritização no Sistema Internacional (SI) se manifesta em clusters regionais. Por sua vez, estes clusters são simultaneamente duradouros e distintos dos processos de (des)securitização a nível global. 
No contexto estrutural da anarquia no SI, a estrutura dos Complexos Regionais de Segurança é definida por dois tipos de relações: relações de poder por um lado, e padrões de amizade e inimizade entre as unidades que o compõe, por outro.

Palavras-chave

Terrorismo, Daesh, Ambiente Estratégico, Geopolítica, Médio Oriente.

Autor(es) (*)

Avatar Braima Fati
Avatar José Félix Ribeiro
Avatar Rita Vieira
 233 | 70
Sistemas de Informações. A Base para a Resposta

Resumo

No âmbito do curso de pós-graduação e da conferência final “globalização, diplomacia e segurança” foi-me feito o desafio para abordar o tema do Daesh, na perspetiva da resposta da intelligence a esta ameaça, integrada no último painel que abordava a avaliação prospetiva do ambiente estratégico, a ação diplomática e a intervenção do instrumento militar, no contexto das respostas à ameaça em apreço.

Palavras-chave

Daesh, Sistemas de Informações, Combate ao Terrorismo.

Autor(es) (*)

Avatar Helena Rêgo
 211 | 62
A Ação Diplomática

Resumo

Quanto à ordem mundial presente, onde se aplica o conceito de diplomacia de que vamos falar, é legítimo perguntar se ela é fundamentalmente caracterizada por um “estado-de-guerra” ou por um “estado-de-paz”. A definição de um “estado-de-guerra” pode tornar-se numa problemática especulativa, que vamos evitar. 
As naturezas das guerras são diversas consoante as suas circunstâncias geográficas, históricas e tecnológicas. Elas podem ser bilaterais, envolver mais do que uma nação ou podem ter as caraterísticas das que ultimamente se chamam mundiais. Mas, mesmo estas, são por vezes profundamente diferentes entre si.

Palavras-chave

Diplomacia, Informações.

Autor(es) (*)

Avatar José Manuel Duarte de Jesus
 208 | 58
A Intervenção do Instrumento Militar

Resumo

Quando abordamos a questão das respostas e do uso dos vários instrumentos para o fazer é importante dizer, logo à partida, uma frase muito simples e evidente: não há respostas militares para usar contra o Daesh. Há respostas multifacetadas, com o uso de vários instrumentos, em que o militar também é usado e constitui um elemento importante, relevante e fundamental mas é, simultaneamente, complementar, coordenado e alinhado com todos os restantes instrumentos ao dispor dos Estados e das Coligações Internacionais.

Palavras-chave

Daesh, Contraterrorismo, Instrumento Militar.

Autor(es) (*)

Avatar Nuno Correia Barrento de Lemos Pires
 221 | 64

(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.