Boletim do IESM Nº 1

Artigos

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e o Nível Operacional da Guerra. Impacto no Planeamento e Condução das Operações Militares

Resumo

A guerra tem vindo a sofrer alterações e “melhoramentos” em paralelo com a evolução civilizacional, desde a 1ª até à 3ª vaga de Alvin Toffler. As Tecnologias de Informação e Comunicação do “estado da arte” empurraram definitivamente a guerra para a Era da Informação. Termos como Network Centric Warfare (NCW) e Network Enabled Capability (NEC) transformaram-se nos novos conceitos que balizam a evolução na arte da guerra.
Portugal, enquanto membro fundador da Aliança, não pode ficar indiferente a esta aventura, em que a evolução tecnológica e as novas formas de conduzir a guerra, assimétricas, estilhaçam fronteiras entre os níveis da guerra, empurrando o nível operacional da guerra para o que costumava ser o nível táctico.
Num mundo em que os beligerantes ultrapassam as disparidades tecnológicas usando meios assimétricos, a superioridade tecnológica, por muito pronunciada que seja, deixa de ser garante da supremacia. Sem menosprezar as vantagens que a tecnologia pode proporcionar, há que ponderar a introdução de alterações nos modelos de liderança para se conseguir maximizar as potencialidades reveladas pelo conceito de “guerra centrada em rede”.
Neste enquadramento, o presente trabalho propõe-se analisar o impacto das tecnologias de Informação e Comunicação no planeamento e condução das operações militares e, mais particularmente, no modo como o Exército Português está a implementar os sistemas de informação e comunicações, numa perspectiva de capacidade centrada em rede.

Palavras-chave

Tecnologias de Informação e Comunicação, Sistemas de Informação, Comando e Controlo, Guerra Centrada em Rede, Liderança.

Autor(es) (*)

Avatar Rui Manuel da Silva Rodrigues
 235 | 86
"Da Limes Geopolítica"

Resumo

As fronteiras encerram desde tempos ancestrais uma tangibilidade, efectiva ou percebida, através da qual os povos se concentram num dado «pedaço» de terra. Terra essa que enforma o «meio» pátrio, pelo qual os homens derramam sangue de forma denodada, seja para o defender ou acrescentar.
Como factor central da Geopolítica, porquanto está intimamente ligada à definição dos estados, ao poder e às relações que variam da cooperação à acomodação, analisaremos as fronteiras no âmbito da sua importância relacional com o território que envolvem, as populações que inserem e os recursos cuja delimitação permitem.  Neste aspecto, visualizaremos, numa óptica de conjunto, as vantagens e desvantagens dos estados relativamente ao geofactor que caracteriza cada um. Intentaremos, ainda, abordar a tipologia das fronteiras, particularmente as que implicam «ondas de choque» nas relações entre os estados e os povos.
Mas um estudo sobre as fronteiras implica necessariamente um enfoque sobre a sua dinâmica, porque são motivo frequente de discórdia, disputa e móbil conflitual. Neste particular, percorreremos o mapa planisférico com o intuito de alencar as fronteiras que, no passado e no tempo presente, são objecto de instabilidade e conflitualidade, apontando causas.
Por fim, consubstanciaremos o produto da análise com o exemplo português, pois a história longa do país permite aferir substancialmente uma realidade diversificada no que às questões fronteiriças diz respeito. É interessante notar que, neste particular, Portugal encerra em si uma dinâmica não restringida à tradicional fronteira geográfica terrestre, pois a marítima teve uma componente formativa de grande amplitude. Fronteiras que conheceram um processo de fundação, expansão, retracção, extinção e reposição e, na actualidade, uma diversificação própria da conjuntura e dos espaços onde flui.

Palavras-chave

Geopolítica, Fronteiras, Conflitualidade, Instabilidade.

Autor(es) (*)

Avatar Abílio Augusto Pires Lousada
 249 | 95
Memória Académica. Apontamentos sobre a Batalha do Bussaco

Resumo

A França foi, no século XVIII, campo de ensaio duma nova estrutura social. Para que não parecesse, criou-se um numeroso exército, primeiramente destinado a defender a recente concepção. Mas a pouco e pouco, a mística e o exército tornaram-se ofensivos e, saindo das fronteiras da Grança, procuraram alastrar pela Europa.
[…]
Nestas condições, o imperador decidiu, em colaboração com a Espanha, invadir o nosso após, que, pelo tratado de Fontainebleau (27 de Outubro de 1807) seria dividido em três partes.

Palavras-chave

História Militar, Batalha do Bussaco.

Autor(es) (*)

Avatar João de Paiva de Faria Leite Brandão
 223 | 80
Notícia. Criação do Centro de Estudos Africanos

Resumo

Na actualidade, o Continente Africano constitui um foco de atenção da comunidade internacional, nomeadamente das organizações internacionais de grande visibilidade, como sejam a ONU, a UE e a OTAN. Igualmente, grandes potências como a China têm demonstrado um crescente interesse por determinados actores deste continente, tendo em vista a obtenção de recursos indispensáveis ao seu desenvolvimento.
O elevado índice de conflitualidade geradora de uma instabilidade endémica e os interesses nacionais, em particular os relacionados com os PALOP, levaram à criação no IESM, durante o ano lectivo 2005/06, de um Centro de Estudos Africanos (CEA), cujos estatutos se encontram em fase de aprovação e que funcionará na directa dependência da Área de Ensino de Estratégia. Este Centro visa a pesquisa, o estudo e o acompanhamento da realidade africana no contexto mundial e regional, nos domínios político, estratégico e militar, com especial ênfase na África de língua Portuguesa, no Magreb e na África Austral. O IESM procura também com este CEA criar sinergias com a Comunidade Científica, tendo sido neste sentido efectuados diversos protocolos de cooperação, nomeadamente com o Instituto Diplomático e com o Instituto de Investigação Científica e Tropical.
O interesse pela realidade africana foi igualmente consubstanciado com a organização de um Seminário Internacional intitulado “Cooperação Portuguesa em África. Vectores de Dinamização da Política de Segurança e Defesa Nacional”, que contou com a participação de diversas personalidades do mundo político, académico e empresarial português, bem como alguns especialistas internacionais e representantes de diversas organizações, incluindo as organizações regionais e sub-regionais africanas, estando ainda presentes representantes de todos os países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste.
Ainda neste âmbito está programado para o corrente ano um Curso de Estudos Africanos - Operações de Paz e “State Building”, a ministrar no Instituto, cujos destinatários principais são quadros superiores nacionais e dos PALOP, dos diversos Ministérios, nomeadamente da Defesa e dos Negócios Estrangeiros. Este curso com uma duração de 2 semanas é ministrado pelo corpo docente do IESM e por personalidades civis com profundo conhecimento nas áreas em análise no curso.

Palavras-chave

Centro de Estudos Africanos, IESM.

Autor(es) (*)

 235 | 92

(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.