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Resumo
Um século depois, a participação militar portuguesa na Grande Guerra merece uma reflexão, no sentido de analisar que Memória temos desse conflito e compreender como ela chegou até aos nossos dias. Os objetos, os livros, o papel e as cerimónias que têm sido conservadas e preservadas, ajudam- nos a compreender a sua utilidade e importância, contribuindo em última análise, para meditar sobre a identidade e sobre os valores que a comunidade castrense preserva. Esta investigação propõe-se analisar a forma como a Memória da Grande Guerra tem sido preservada nas Forças Armadas, sendo o seu argumento desenvolvido ao longo de três conceitos-chave: as Representações Sociais, as Instituições de Memória e a Memória, materializando a sua própria construção. Como resultado verificamos que, recaindo o seu esforço no Exército, a Memória da Grande Guerra tem sido preservada em duas dimensões distintas, a coletiva e a de grupo. Não tendo exatamente o mesmo significado evocativo, têm-se manifestado de forma própria e sujeitas a vicissitudes distintas, onde hoje assumem formas mais complexas de representação. Se por um lado a primeira espelha as sucessivas conjunturas políticas, concorrendo com a ação da Liga dos Combatentes, a segunda representa a expressão identitária do combatente e das gentes locais com as unidades de guarnição.
Palavras-chave
Memória; Representações Sociais; Instituições de Memória; Grande Guerra; Forças Armadas.Autor(es) (*)

(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.