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Resumo
As instituições militares modernas necessitam de líderes estratégicos (LE) experientes, capazes de desenvolver uma visão do futuro e de operar em ambientes complexos e ambíguos.
A liderança estratégica refere-se à criação de um sentido que guia a formulação estratégica e a sua implementação nas organizações. As competências do líder estratégico contribuem para promover uma mudança num contexto competitivo, com excesso de informação e de tecnologia, num ambiente descritivo e configurativo.
O estudo faz uma abordagem conceptual da liderança estratégica e do pensamento estratégico (PE). Extrai, através de entrevistas e análises, informação sobre os desafios futuros dos LE, suas competências nucleares, descritores comportamentais, barreiras e opções de promoção ao PE. O objetivo foi encontrar e validar um modelo que contribua para que os futuros LE militares portugueses aprendam, adquiram e desenvolvam um conjunto de princípios e atitudes necessárias a uma bem sucedida liderança estratégica. No final desta investigação, encontrará um modelo de liderança estratégica original de valor e utilidade para as Forças Armadas portuguesas designado por “BEM” (Biolíder Estratégico Militar), que aponta para um conjunto de competências nucleares e críticas, que são as seguintes:
- Ter Carisma;
- Saber pensar, formular e planear uma estratégia;
- Ter energia, física e mental, para cumprir a missão;
- Conhecer bem os sistemas organizacionais e pensar estrategicamente. Saber fazer reengenharia organizacional focada na eficácia, eficiência e efetividade; Ter e saber comunicar uma influência idealizada, um rumo, uma
visão de “alfaiate” e saber adequar os recursos ao futuro desejado;
- Saber negociar, influenciar e obter consensos;
- Ter inteligência;
- Estimular individualmente os membros, potenciando talento através de interação pessoal individualizada e descentralização estratégica;
- Construir e desenvolver com mestria, redes e relações exteriores de influência e apoio.
Finalmente, das correlações entre competências e barreiras e opções de promoção ao PE, concluiu-se que a mentoria, a modelação de comportamentos, o enquadramento e socialização, a formação com mentoria, de funções de comando e direção, e programas de autoconhecimento, ajudarão o LE a sincronizar a sua eficácia pessoal com a da organização, garantindo o eficaz, eficiente e efetivo cumprimento da missão e a perenidade da instituição militar.
Palavras-chave
Competências Nucleares, Forças Armadas, Liderança Estratégica, Pensamento Estratégico, Indicadores de eficácia ou Descritores comportamentais e Modelos.Autor(es) (*)

(*) NOTA: A ordem alfabética de apresentação dos autores pode não corresponder à ordem formal que se encontra no artigo.